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sexta-feira, 22 de junho de 2012

REAJA


Levanta dessa cama garota. Anda! Sei que tá doendo, mas levanta. Coloca uma roupa. Passa a maquiagem. Arruma esse cabelo. Ajeita a armadura. Segura o coração. Sai por aquela porta. Enfrenta o vento. Sorri pro Sol. Segura o coração. Olha pra ele. Passa reto. Não caia. Não caia. Engole o choro. Fingi de morta quando ele falar com você. Seja fria. Continue andando. Enfrente seus problemas de cara. Reaja. Vai. Tá pensando que é só você que sofre? Tá enganada. Anda menina. Para de ser infantil. A culpa não é de ninguém….Se apaixonou agora segura. Anda. Seja forte. Seja feliz. Seja uma mulher.


CAIO FERNANDO ABREU

É HORRÍVEL


Eu sei que dói. É horrível. Eu sei que parece que você não vai aguentar, mas aguenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode.


CAIO FERNANDO ABREU

quinta-feira, 21 de junho de 2012

SIMPLESMENTE AMO


Certo dia me perguntaram: Por que você se apaixonou? Eu respondi: Não sei… E talvez continue não sabendo. Eu simplesmente amo, acordo e vou dormir com ela nos meus pensamentos.

CAIO FERNANDO ABREU

DETESTO, ODEIO


Não puxo saco de ninguém, detesto que puxem meu saco também. Não faço amizades por conveniência, não sei rir se não estou achando graça. Odeio dois beijinhos, aperto de mão, tumulto, calor, gente burra e quem não sabe mentir direito.


CAIO FERNANDO ABREU

OU NÃO



Ele pode estar olhando as suas fotos. Neste exato momento. Porque não? Passou-se muito tempo. Detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele faça todas as coisas que você faz. Escondida. Sem deixar rastro nem pistas. Talvez ele passe a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram seus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças. As boas. Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você. Todos os dias. E ainda assim preferir o silêncio. Ele pode reler seus bilhetes, procurar o seu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir as suas músicas, procurar a sua voz em outras vozes. Quem nos faz falta acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não há escape. Talvez ele perceba que você faz falta. E diferença. De alguma forma, numa noite fria. Você não sabe. Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado verão em Paris. Talvez ele volte. Ou não.

CAIO FERNANDO ABREU

segunda-feira, 18 de junho de 2012

ORGULHO


— Quem não procura, não sente falta, moço.
— Engano seu, pequena. A nostalgia tortura e todo dia o coração implora pedindo pra voltar.
— Porque não volta, então?
— A saudade é grande, mas o orgulho é ainda maior, menina.

CAIO FERNANDO ABREU

DESAPEGAR


Anota aí para seu futuro: desapegar das pessoas, se importar menos, não se abalar por nada nem ninguém. Correr atrás daquilo que faça seu coração vibrar, ficar perto de quem te quer bem. Correr atrás dos seus sonhos, se amar mais. Esquecer tudo aquilo que te faça mal.

CAIO FERNANDO ABREU

IRONIA


Como não consigo ser mal, aprendi a ser irônico.

CAIO FERNANDO ABREU

sexta-feira, 8 de junho de 2012

NÃO QUERO ME APEGAR


Esquece. Não vou atrás de ninguém. Não mais. Ontem eu quis desesperadamente a sua companhia lá naquele banco da praça, quis ficar ali com você a noite toda se pudesse. E quando fui embora pensei em te ligar, dizer pra voltar amanhã, vir me fazer sorrir. Mas não. Hoje eu acordei e pensei que seria melhor não, eu não quero me apegar em ninguém, não quero precisar de ninguém. Quero seguir livre, entende? Mesmo que isso me faça falta, alguém pra me prender um pouquinho. Vou me esquivar de todo sentimento bom que eu venha a sentir, não levar nada a sério mesmo. Ficar perto, abraçar de vez enquando, sentir saudade, gostar um pouquinho. Mas amar não, amar nunca, amar não serve pra mim. Prefiro assim!

CAIO FERNANDO ABREU

terça-feira, 5 de junho de 2012

PAIXÃO


Fico quieto. Primeiro que paixão deve ser coisa discreta, calada, centrada. Se você começa a espalhar aos sete ventos, crau, dá errado. Isso porque ao contar a gente tem a tendência a, digamos, "embonitar" a coisa, e portanto distanciar-se dela, apaixonando-se mais pelo supor-se apaixonado do que pelo objeto da paixão propriamente dito.

CAIO FERNANDO ABREU